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Sou graduada em Geografia e pós graduada em Psicopedagogia, atuo como professora em escolas públicas de Jaraguá do Sul. Meu principal objetivo é usar esse espaço com meus alunos indicando materiais úteis a aprendizagem e dividir minhas descobertas e curiosidades com quem se identificar com os diversos temas que irei abordar.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Crescimento populacional e questões relevantes

O crescimento populacional no mundo é caracterizado como o aumento do número de habitantes no planeta. Esse fenômeno é consequência do crescimento vegetativo, obtido através do saldo entre as taxas de natalidade (nascimentos) e de mortalidade (mortes). Quando a taxa de natalidade é superior à taxa de mortalidade, temos um crescimento vegetativo positivo, caso contrário, a taxa é negativa. Somente no final do século XVII e início do século XVIII, o crescimento populacional no mundo se intensificou, visto que antes desse período a expectativa de vida era muito baixa, fato que elevava as taxas de mortalidade. Em 1930, a Terra era habitadas por cerca de 2 bilhões de pessoas e, em 1960, esse número atingiu a marca de 3 bilhões, com média de crescimento populacional de 2% ao ano. Durante a década de 1980, a população mundial ultrapassou a marca de 5 bilhões de pessoas. Atualmente, a taxa de crescimento populacional mundial, inferior a 1,2% ao ano, está em constante declínio. Porém, a expectativa de vida está em ascensão em virtude dos avanços na medicina, saneamento ambiental, maiores preocupações com a saúde, entre outros fatores. Sendo assim, o número de habitantes no mundo continua aumentando. De acordo com dados divulgados em 2010 pelo Fundo de População das Nações Unidas (Fnuap), a população mundial é de 6,908 bilhões de habitantes. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), o contingente populacional do planeta atingirá a marca de 9 bilhões de habitantes em 2050, ou seja, um acréscimo de aproximadamente 2,1 milhões de habitantes, sendo a taxa de crescimento de 0,33% ao ano. É importante ressaltar que o aumento populacional ocorre de forma distinta conforme cada continente do planeta. A África, por exemplo, registra crescimento populacional de 2,3% ao ano. A Europa, por sua vez, apresenta taxa de 0,1% ao ano. América e Ásia possuem taxa de 1,1% ao ano e a Oceania, 1,3% ao ano 

http://www.brasilescola.com/geografia/o-crescimento-populacional-no-mundo.htm


http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/infografico-um-mundo-com-sete-bilhoes-de-pessoas/n1597345356570.html

Em razão do constante aumento populacional ocorrido no Brasil, principalmente a partir da década de 1960, intensificando-se nas últimas décadas, o país ocupa hoje a quinta posição dos países mais populosos do planeta, ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira atingiu a marca de 190.755.799 habitantes.

crescimento populacional de um determinado território ocorre através de dois fatores: a migração e o crescimento vegetativo, esse último é a relação entre as taxas de natalidade e as de mortalidade. Quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade, tem-se um crescimento vegetativo positivo; caso contrário, o crescimento é negativo; e quando as duas taxas são equivalentes, o crescimento vegetativo é nulo.

No Brasil, o crescimento vegetativo é o principal responsável pelo aumento populacional, já que os fluxos migratórios ocorreram de forma mais intensa entre 1800 e 1950. Nesse período, a população brasileira totalizava 51.944,397 habitantes, bem longe dos atuais 190.755.799. 
Nos últimos 50 anos houve uma explosão demográfica no território brasileiro, o país teve um aumento de aproximadamente 130 milhões de pessoas. No curto período de 1991 a 2005, a população brasileira teve um crescimento próximo a 38 milhões de indivíduos. No entanto, acompanhando uma tendência mundial, o crescimento demográfico brasileiro vem sofrendo reduções nos últimos anos. A população continuará aumentando, porém as porcentagens de crescimento estão despencando.

A urbanização, a queda da fecundidade da mulher, o planejamento familiar, a utilização de métodos de prevenção à gravidez, a mudança ideológica da população são todos fatores que contribuem para a redução do crescimento populacional.
Nos anos de 1960, as mulheres brasileiras tinham uma média de 6,3 filhos, atualmente essa média é de 2,3 filhos, que está abaixo da média mundial, que é de 2,6.
Conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE), em 2050, a população brasileira será de aproximadamente 259,8 milhões de pessoas, nesse mesmo ano a taxa de crescimento vegetativo será de 0,24, bem diferente da década de 1950, que apresentou taxa de crescimento vegetativo positivo de 2,40%.
Apesar dessa queda brusca no crescimento vegetativo, a população brasileira não irá reduzir rapidamente, pois a expectativa de vida está aumentando, em virtude do desenvolvimento de novas tecnologias medicinais, além de cuidados e preocupação com a saúde, o que não ocorria com tanta frequência nas décadas anteriores. Ocorrerá, sim, o envelhecimento da população.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
http://www.brasilescola.com/brasil/o-crescimento-da-populacao-brasileira.htm


O número de pessoas que sofrem com a fome no mundo caiu de 868 milhões em 2010-12 a 842 milhões em 2011-13, o que significa que uma em cada oito pessoas no planeta continua sem alimentos suficientes, destaca um relatório divulgado pela ONU.
O constante crescimento econômico nos países em desenvolvimento melhorou o acesso aos alimentos, destaca o relatório "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo", divulgado a cada ano em Roma pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
A região do mundo com maior número de pessoas que passam fome continua sendo a África subsaariana (24,8%), segundo o relatório. A grande maioria das pessoas que passam fome vive em países em desenvolvimento, enquanto 15,7 milhões estão nos países desenvolvidos, segundo a FAO.
A Ásia Ocidental não registou progressos, enquanto o Sul da Ásia e o Norte de África revelam progressos lentos. O Leste e o Sudeste Asiático e a América Latina foram as regiões com maiores progressos. No Sudeste Asiático, região com os melhores resultados, o número de pessoas com fome diminuiu de 31,1% para 10,7% desde 1990.
"Desde 1990-92, o número total de pessoas subalimentadas nos países em desenvolvimento caiu 17%, passando de 995,5 a 826,6 milhões".
A meta ambiciosa fixada em Roma em 1996 na Cúpula Mundial sobre a Alimentação (CMA) - reduzir à metade em 2015 o número de pessoas com fome no mundo -, "não poderá ser cumprida a nível global, apesar de 22 países terem alcançado o objetivo ao fim de 2012", recorda a FAO.
"Para alcançar o objetivo da CMA, o número de pessoas com fome nos países em desenvolvimento teria que cair a 498 milhões em 2015, o que não será possível ao ritmo atual da redução", adverte a organização.
"A FAO, o FIDA e o PMA estimulam os países a fazer esforços adicionais substanciais e imediatos para cumprir com a meta", insiste a agência das Nações Unidas.
Brasil reduziu em 40% o número de pessoas passam fome no País entre 1992 e 2013, informou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em seu último relatório sobre a segurança alimentar no mundo divulgado nesta terça-feira (01). Nesse período, o número de brasileiros que passam fome foi reduzido de 22,8 milhões para 13,6 milhões de pessoas. Os dados também mostram que o número de subnutridos em proporção ao total da população brasileira caiu 54,3%, de 15% em 1992 para 6,9% em 2013. A redução ficou acima da média da América Latina, onde a queda na proporção foi de 48,5%.
Fonte: G1 10/2013
Maiores catástrofes naturais
Síria: O abalo atingiu Aleppo, maior cidade da Síria na época, no dia 11 de outubro de 1.138. Com base em dados geológicos, as estimativas modernas dão ao terremoto a magnitude de 8,5 graus na Escala Richter. Registros históricos sugerem que aproximadamente 230 mil pessoas morreram, além dos grandes danos sofridos pela cidade. Aleppo se localiza no norte da Síria, numa área muito vulnerável a tremores. A cidade faz parte da região da Falha do Mar Morto, pois repousa sobre o limite entre a placa geológica da Arábia e a placa africana.
Indonesia: Um dia após o Natal de 2004, terremoto submarino de magnitude 9,3, com epicentro na costa oeste da Sumatra, na Indonésia, resultou em um devastador tsunami que atingiu as costas de vários países do sul e do sudeste da Ásia. O abalo sísmico originado no Oceano Índico provocou o tsunami que matou um número estimado entre 225 mil e 230 mil pessoas.
China: O terremoto de 8,5 graus de magnitude atingiu a área do condado de Haiyuan, na província de Ningxia, na China, no dia 16 de dezembro de 1920. O abalo também é conhecido como “Terremoto de Gansu” porque a região da Ningxia era uma parte da província de Gansu na época. O desastre causou a morte de exatamente 235.502 pessoas, de acordo com o Catálogo de Danos por Terremotos no Mundo, que é mantido pelo Instituto Internacional de Sismologia e Engenharia Sísmica do Japão.
No 28 de julho de 1976, os habitantes da cidade industrial de Tangshano sofreram um dos piores terremotos do século 20. A cidade localizada em Hebei, na China, possuía na época uma população de aproximadamente um milhão de pessoas, que foram devastadas pelo tremor de magnitude 8. O governo chinês registrou no momento um número de mortes igual a 655 mil, mas esse dado foi posteriormente reestimado para cerca de 242 mil pessoas.
O dia 23 de janeiro, no longínquo ano de 1556, foi marcado pelo terremoto com o maior número de vítimas já registrado na História. O abalo ocorreu na província de Shaanxi e na província vizinha de Shanxi, localizadas no norte da China. O catastrófico terremoto teve uma magnitude estimada de 8 graus na Escala Richter e matou aproximadamente 830 mil pessoas. Acredita-se que 60% da população dessas províncias tenha morrido no desastre.
Esta foi a pior enchente única e o segundo pior desastre da História. Em setembro de 1887, o Rio Amarelo invadiu os diques na província chinesa de Henan. A enchente devastou 11 grandes cidades do país e centenas de aldeias, deixando milhões de desabrigados. As águas da enchente cobriram cerca de 130 mil quilômetros quadrados – área semelhante à da Grécia ou pouco menos que o estado do Amapá -, matando um número estimado de 900 mil a 2 milhões de pessoas.
O pior desastre natural da história foi o conjunto de enchentes que ocorreram entre julho e agosto de 1931, na região central da China. Na época, o rio Yangtze transbordou e causou uma série de inundações. Como resultado, um número estimado de 3,7 milhões de pessoas morreram de doenças, afogamentos e fome. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, mais de 51 milhões de pessoas, um quarto da população da China na época, foram direta ou indiretamente afetadas pelas inundações.
Turquia: O desastre em Antioquia ocorreu durante a primavera de meados de 526 d.C. A data exata é estimada entre os dias 20 e 29 de maio. O forte terremoto atingiu a Síria e Antioquia, uma cidade que ficava localizada perto do que é hoje a moderna Antakya, na Turquia. Cerca de 250 mil a 300 mil pessoas morreram em consequência do sismo, de acordo com os escritos históricos. Após o terremoto, um grande incêndio destruiu a maior parte dos edifícios que o desastre havia poupado.
Índia: Em 25 de novembro de 1839, o que ficou conhecido como o “Ciclone da Índia” chegou à aldeia portuária de Coringa, localizado no estado de Andhra Pradesh, na Índia. O ciclone provocou uma onda de 40 metros, que destruiu grande parte da vila e a maioria dos navios perto da área. Cerca de 20 mil pessoas morreram afogadas no mar. Um total estimado de 300 mil pessoas perderam a vida em decorrência do ciclone.
O pior ciclone já registrado na História, o Bhola, atingiu o Paquistão Oriental (o que é agora Bangladesh) e Oeste de Bengala, na Índia, no dia 12 de novembro de 1970, inundando grande parte das ilhas baixas do Ganges. Aproximadamente 500 mil pessoas morreram, principalmente por causa das inundações que resultaram da onda causada pelo ciclone ou ainda devido ao aumento do nível da água na costa.

O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL
O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos (Akatu, 2003), produzindo 25,7% a mais do que necessita para alimentar a sua população (FAO). De toda esta riqueza, grande parte é desperdiçada.
Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar (VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174, março/2002).
De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva:
20% na colheita;
8% no transporte e armazenamento;
15% na indústria de processamento;
1% no varejo;
20% no processamento culinário e hábitos alimentares.
Segundo Instituto Akatu, 2004: Os números supracitados fazem do Brasil um dos campeões mundiais de desperdício. Analisando estes dados de uma forma mais simples, isso significa que uma casa brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra semanalmente, o que remete a uma perda de US$ 1 bilhão por ano, ou o suficiente para alimentar 500 mil famílias.
Prova deste desperdício financeiro é ressaltada pela 8ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, em 2007, que demonstra que os supermercados perderam 4,48% de seu movimento financeiro, em perecíveis. Além disso, uma estimativa realizada pela Coordenadoria de Abastecimento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo indicara que perdas na cadeia produtiva dos alimentos equivalem a 1,4% do PIB – Produto Interno Bruto.
No mundo: 1,3 bilhão de toneladas
Ou um terço da produção total de alimentos no mundo vai parar no lixo. Em termos de calorias, uma a cada quatro calorias produzidas são perdidas. Enquanto isso, 870 milhões de pessoas passam fome e, a cada dia, mais de 20 mil crianças menores de 5 anos morrem de fome. Segundo a ONU, 26% das crianças em todo o mundo são consideradas raquíticas por desnutrição. Os custos com a desnutrição no mundo são estimados em 2% a 3% do PIB global, o equivalente à quantia de US$ 1,4 a US$ 2,1 trilhões por ano, segundo a FAO. 44 % de frutas e vegetais
Dos 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados, 44% é composto de frutas e vegetais, os produtos que mais vão pro lixo. Em seguida, aparecem raízes e tubérculos, compondo 20% das perdas; cereais com 19% e leite, com 8%.O desperdício de comida significa também desperdício de recursos naturais, contribuindo assim para impactos ambientais negativos. Hoje, a produção global de alimentos ocupa 25% de toda a terra habitável do mundo. A quantidade de terras cultiváveis usada para produzir comida desperdiçada é equivalente ao tamanho do México. A agricultura consome 70% de toda água usada no mundo. Somando todo o volume usado para produzir os alimentos que são desperdiçados a cada ano dá para encher 70 milhões de piscinas olímpicas. Mais da metade do desperdício de alimentos na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália ocorre na fase do consumo. Juntos, os países ricos são responsáveis por 56% de todo o desperdício. Enquanto nos países em desenvolvimento, cerca de dois terços da comida é perdida após a colheita e armazenamento inadequado. Melhorar a eficiência nessa etapa é fundamental pata reduzir as perdas. Só nos Estados Unidos, 30% de toda a comida produzida no país é desperdiçada todos os anos, uma perda equivalente a 48.3 bilhões de dólares. Os segundos maiores componentes de lixões do país são resíduos orgânicos, que resultam na maior parte das emissões de metano. O desperdício de alimentos na fase de consumo custa uma média de US$ 1.600 dólares por ano para uma família de quatro pessoas nos Estados Unidos e US$ 1 mil por ano para uma família média no Reino Unido. Na África Subsaariana, onde muitos agricultores ganham menos que US$ 2 por dia de trabalho, as perdas econômicas associadas à pós-colheita ineficiente têm um valor estimado de US$ 4 bilhões. Segundo a ONU, o mundo vai precisar de cerca de 60 por cento mais calorias dos alimentos em 2050 em comparação a 2006, se a demanda global mantiver sua trajetória atual de crescimento. O desperdício de alimento no Brasil é estimado em 26,3 milhões de toneladas. Cerca de 10% desse total se perdem ainda no campo, outros 50% se dá no transporte e manuseio, e 10% da perda acontece na fase de consumo.

Epidemias
PESTE NEGRA
50 milhões de mortos (Europa e Ásia) - 1333 a 1351
História: A peste bubônica ganhou o nome de peste negra por causa da pior epidemia que atingiu a Europa, no século 14. Ela foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos
Contaminação: Causada pela bactéria Yersinia pestis, comum em roedores como o rato. É transmitida para o homem pela pulga desses animais contaminados
Sintomas: Inflamação dos gânglios linfáticos, seguida de tremedeiras, dores localizadas, apatia, vertigem e febre alta
Tratamento: À base de antibióticos. Sem tratamento, mata em 60% dos casos

CÓLERA
Centenas de milhares de mortos - 1817 a 1824
História – Conhecida desde a Antigüidade, teve sua primeira epidemia global em 1817. Desde então, o vibrião colérico (Vibrio cholerae) sofreu diversas mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos
Contaminação – Por meio de água ou alimentos contaminados
Sintomas – A bactéria se multiplica no intestino e elimina uma toxina que provoca diarréia intensa
Tratamento – À base de antibióticos. A vacina disponível é de baixa eficácia (50% de imunização)

TUBERCULOSE
1 bilhão de mortos - 1850 a 1950
História – Sinais da doença foram encontrados em esqueletos de 7 000 anos atrás. O combate foi acelerado em 1882, depois da identificação do bacilo de Koch, causador da tuberculose. Nas últimas décadas, ressurgiu com força nos países pobres, incluindo o Brasil, e como doença oportunista nos pacientes de Aids
Contaminação – Altamente contagiosa, transmite-se de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias
Sintomas – Ataca principalmente os pulmões
Tratamento – À base de antibióticos, o paciente é curado em até seis meses

VARÍOLA
300 milhões de mortos - 1896 a 1980
História – A doença atormentou a humanidade por mais de 3 000 anos. Até figurões como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. A vacina foi descoberta em 1796
Contaminação – O Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por meio das vias respiratórias
Sintomas – Febre, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Posteriormente, pústulas que podiam deixar cicatrizes no corpo
Tratamento – Erradicada do planeta desde 1980, após campanha de vacinação em massa

GRIPE ESPANHOLA
20 milhões de mortos - 1918 a 1919
História – O vírus Influenza é um dos maiores carrascos da humanidade. A mais grave epidemia foi batizada de gripe espanhola, embora tenha feito vítimas no mundo todo. No Brasil, matou o presidente Rodrigues Alves
Contaminação – Propaga-se pelo ar, por meio de gotículas de saliva e espirros
Sintomas – Fortes dores de cabeça e no corpo, calafrios e inchaço dos pulmões
Tratamento – O vírus está em permanente mutação, por isso o homem nunca está imune. As vacinas antigripais previnem a contaminação com formas já conhecidas do vírus

TIFO
3 milhões de mortos (Europa Oriental e Rússia) - 1918 a 1922
História – A doença é causada pelas bactérias do gênero Rickettsia. Como a miséria apresenta as condições ideais para a proliferação, o tifo está ligado a países do Terceiro Mundo, campos de refugiados e concentração, ou guerras
Contaminação – O tifo exantemático (ou epidêmico) aparece quando a pessoa coça a picada da pulga e mistura as fezes contaminadas do inseto na própria corrente sangüínea. O tifo murino (ou endêmico) é transmitido pela pulga do rato
Sintomas – Dor de cabeça e nas articulações, febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas
Tratamento – À base de antibióticos

FEBRE AMARELA
30 000 mortos (Etiópia) - 1960 a 1962
História – O Flavivírus, que tem uma versão urbana e outra silvestre, já causou grandes epidemias na África e nas Américas
Contaminação – A vítima é picada pelo mosquito transmissor, que picou antes uma pessoa infectada com o vírus
Sintomas – Febre alta, mal-estar, cansaço, calafrios, náuseas, vômitos e diarréia. 85% dos pacientes recupera-se em três ou quatro dias. Os outros podem ter sintomas mais graves, que podem levá-los à morte
Tratamento – Existe vacina, que pode ser aplicada a partir dos 12 meses de idade e renovada a cada dez anos

SARAMPO
6 milhões de mortos por ano - Até 1963
História – Era uma das causas principais de mortalidade infantil até a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar dos anos, a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários países
Contaminação – Altamente contagioso, o sarampo é causado pelo vírus Morbillivirus, propagado por meio das secreções mucosas (como a saliva, por exemplo) de indivíduos doentes
Sintomas – Pequenas erupções avermelhadas na pele, febre alta, dor de cabeça, mal-estar e inflamação das vias respiratórias
Tratamento – Existe vacina, aplicada aos nove meses de idade e reaplicada aos 15 meses

MALÁRIA
3 milhões de mortos por ano - Desde 1980
História – Em 1880, foi descoberto o protozoário Plasmodium, que causa a doença. A OMS considera a malária a pior doença tropical e parasitária da atualidade, perdendo em gravidade apenas para a Aids
Contaminação – Pelo sangue, quando a vítima é picada pelo mosquito Anopheles contaminado com o protozoário da malária
Sintomas – O protozoário destrói as células do fígado e os glóbulos vermelhos e, em alguns casos, as artérias que levam o sangue até o cérebro
Tratamento – Não existe uma vacina eficiente, apenas drogas para tratar e curar os sintomas

AIDS
22 milhões de mortos - Desde 1981
História – A doença foi identificada em 1981, nos Estados Unidos, e desde então foi considerada uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde
Contaminação – O vírus HIV é transmitido através do sangue, do esperma, da secreção vaginal e do leite materno
Sintomas – Destrói o sistema imunológico, deixando o organismo frágil a doenças causadas por outros vírus, bactérias, parasitas e células cancerígenas
Tratamento – Não existe cura. Os soropositivos são tratados com coquetéis de drogas que inibem a multiplicação do vírus, mas não o eliminam do organismo

Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundação Oswaldo Cruz
http://super.abril.com.br/saude/grandes-epidemias-ao-longo-historia-445155.shtml


Controle de natalidade em alguns países: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/bonus-bebe-e-filho-unico-sao-exemplos-de-controle-populacional.html

http://pt.slideshare.net/tojal7/demografia-populao-mundial-2013

http://www.unfpa.org.br/Arquivos/SWOP%202013%20-%20Summary%20Portugues.pdf


Taxas :

http://www.suapesquisa.com/geografia/populacao_brasileira.htm

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/10/populacao-mundial-se-aproximara-dos-10-bilhoes-em-2050-diz-estudo.html

http://www.brasilescola.com/geografia/populacao-mundial.htm


http://www.brasilescola.com/geografia/o-crescimento-populacional-no-mundo.htm

http://www.suapesquisa.com/geografia/populacao_mundial.htm


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/tabela1.shtm

http://not1.xpg.uol.com.br/populacao-indices-taxas-e-teorias-demograficas/


Baby Boom
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/baby-boom-filhos-guerra-434973.shtml
http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2013/10/veja-caracteristicas-que-marcam-geracoes-baby-boomer-x-y-e-z.html

A mulher e o trabalho

http://www.brasilescola.com/sociologia/feminismo-que-e.htm

http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/direitos-femininos-uma-luta-por-igualdade-e-direitos-civis.htm

http://super.abril.com.br/superarquivo/2004/conteudo_124323.shtml

 http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/fatos-historicos-conquistas-dia-da-mulher-735607.shtml#ad-image-0

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/estudos_mulher_merc_trabalho.shtm

http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2013/12/17/pela-1-vez-mulheres-ocupam-50-do-mercado-de-trabalho-na-america-latina.htm

http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pedmulhermet.pdf

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/mulheres-ganham-mais-espaco-no-mercado-de-trabalho

http://www.brasilprofissoes.com.br/noticias/negocios/a-historia-do-trabalho-feminino#.Ux8vrz9dX_E

Custo de vida:

http://veja.abril.com.br/especiais/investimento/p_022.html

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/as-50-melhores-cidades-do-brasil-para-se-viver-segundo-onu

http://exame.abril.com.br/economia/album-de-fotos/as-10-cidades-com-o-maior-custo-de-vida-do-mundo

http://www.guiadasemana.com.br/turismo/noticia/15-cidades-com-o-custo-de-vida-mais-baixo-do-mundo


Desigualdade:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140120_riqueza_relatorio_oxfam_fn.shtml

http://www.suapesquisa.com/geografia/populacao_mundial.htm


População e distribuição

http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-populacao-mundial.htm

http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-distribuicao-populacao-mundial.htm

http://sociedademilitar.com.br/index.php/joomla-overview/381-contador-mundial-populacao-mundial-online.html

Tráfico humano

http://www.mundoeducacao.com/geografia/trafico-humano.htm

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/03/sociedade-nao-pode-ficar-impassivel-com-o-trafico-humano-diz-papa.html

https://plus.google.com/+Epoca/posts/3jQeVVddaNU

http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z/cidadania-direito-de-todos/trafico-de-pessoas


Trabalho infantil

http://portal.mte.gov.br/trab_infantil/

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D307400CA013075FBD51D3F2A/trabalhoinfantil-mte-web.pdf

http://br.guiainfantil.com/direitos-das-criancas/450-trabalho-infantil-no-brasil.html

http://br.guiainfantil.com/direitos-das-criancas/450-trabalho-infantil-no-brasil.html


Xenofobia

http://www.infoescola.com/psicologia/xenofobia/

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/33721/preconceito+em+coimbra+vai+muito+alem+de+xenofobia+contra+brasileiros+dizem+estudantes.shtml

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL473778-5602,00-XENOFOBIA+FAZ+IMIGRANTES+DEIXAREM+CASAS+NA+AFRICA+DO+SUL.html

http://opiniaoenoticia.com.br/sem-categoria/xenofobia-gera-mais-polemica-na-espanha/

http://www.brasildefato.com.br/node/25851

http://revistadinheirorural.terra.com.br/secao/agroeconomia/xenofobia-verde

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/padilha-tenta-inventar-a-tese-da-xenofobia-e-do-racismo-para-esconder-o-obvio-ele-toca-uma-programa-que-escraviza-sem-preconceitos-brancos-negros-mesticos-homens-mulheres/

Lugares superpovoados

Sempre cabe mais um: de onde vem tanta gente?

Mais gente, mais carros, mais poluição. As megacidades podem tornar a sua vida um inferno. Mas também podem salvar o mundo

por Texto Eduardo Sklarz

O despertador se encarrega de tirar você da cama, mas talvez nem precisasse: uma sinfonia de motores, buzinas, obras e vizinhos barulhentos deixa claro que é hora de acordar. Você sai para a rua e a coisa só piora – a calçada, o ônibus, o trânsito, o elevador, o banco, o supermercado, o restaurante, o cinema, a balada... todos os lugares parecem transbordar de gente. Bem-vindo à grande guerra do século 21: a luta por espaço nas grandes cidades. Pela primeira vez na história, mais de 50% da humanidade está vivendo em cidades. Mas será que cabe ainda mais gente? Estamos caminhando para um cenário apocalíptico, em que tudo vai virar um grande caos? Por que há tanta gente nas cidades? E qual é a saída (se é que existe) para a superlotação urbana?
De onde vem tanta gente?
Para descobrir, o primeiro passo é entender a superpopulação. E aí vem a primeira surpresa: ela não tem a ver, necessariamente, com a concentração de pessoas. “Uma cidade é superpovoada quando não consegue prover recursos para todos que vivem nela, e não oferece habitação ou empregos suficientes, por exemplo”, diz o especialista americano Carl Haub, do instituto Population Reference Bureau. Faz sentido. Por exemplo: Nova York tem 4 vezes mais gente por km2 do que Johanesburgo (9 500 pes-soas por km2, contra 1 900 da metrópole africana). Só que o PIB per capita de Nova York é um dos mais altos do mundo: US$ 56 mil por habitante, mais que o dobro do de Johanesburgo. E, numa pesquisa sobre qualidade de vida feita pela empresa americana Mercer, Nova York ficou em 48o lugar – bem à frente de Johanesburgo, em 90o (São Paulo está em 114º, logo à frente do Rio de Janeiro). Conclusão? A superpopulação urbana não é causada apenas pelo acúmulo de gente. Há outro fator: o baixo desenvolvimento econômico.
Segundo dados da ONU, hoje a migração de áreas rurais responde por apenas 25% do crescimento das cidades. A maioria das pessoas que vai para uma metrópole já morava em áreas urbanas – nas quais, devido ao subdesenvolvimento econômico, não encontrava boas oportunidades de vida. É o caso dos bolivianos que vendem frutas em Buenos Aires, ou dos filipinos que tentam a vida em Tel-Aviv. Em Lagos, na Nigéria, foi o boom do petróleo que fomentou a explosão demográfica. E a indiana Hyderabad atrai 200 mil pessoas por ano com suas empresas de alta tecnologia – tanto que já é conhecida como “Cyberabad”. Os novos habitantes das metrópoles não são gente caipira. Muito pelo contrário.
Outra coisa: as altas taxas de natalidade, e não a migração, são as principais responsáveis pelo crescimento urbano. Esse fator é responsável por 50% da expansão dos centros urbanos, principalmente em países pobres. No primeiro mundo, as taxas de mortalidade foram caindo lentamente, durante séculos, e as famílias tiveram tempo de se ajustar a isso (passando a ter menos filhos). É por isso que cidades onde a pressão imigratória é grande, mas a natalidade é baixa, crescem devagar. Nova York e Londres são cidades apinhadas de gente, mas sua população aumenta menos de 0,5% por ano. Já nas cidades do terceiro mundo, a história é bem diferente.
“Houve uma queda brusca na taxa de mortalidade após 1950, mas a sociedade não se adaptou a ela. As pessoas conti-nuam tendo muitos descendentes”, diz Carl Haub. Nesse quesito, o contraste entre pobres e ricos é evidente. Na primitiva Somália, 21% das meninas entre 15 e 19 anos têm filhos (na desenvolvida Roma, apenas 1%). Na caótica Bagdá, apenas 10% das mulheres usam algum tipo de anticoncepcional (na moderna Seul, são 66%). Em Niamey, capital do Níger, cada mulher tem em média 8 filhos. Essa multiplicação de gente provoca, claro, uma forte pressão demográfica. É por isso que a subdesenvolvida Lagos, na Nigéria, é a cidade que mais cresce no mundo. De 1950 para cá, sua população aumentou nada menos que 3 000%, chegando a 10 milhões de pessoas, e o caos se instalou: a água começa a faltar e dois terços das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. A maioria divide um quarto com 5 pessoas. Quem tem carro enfrenta em média 3 horas de trânsito para chegar ao trabalho. Um desastre.
Mas superpopulação não é só gente demais e desenvolvimento econômico de menos. A geografia das cidades também ajuda a explicar por que umas ficam mais cheias que outras. Mumbai (antiga Bombaim) começou a atrair gente para trabalhar em seu porto no século 17 e nunca mais parou de crescer. Hoje, concentra 25% da produção industrial, 40% do comércio marítimo e 70% das transações de capitais da Índia. Só que, cercada pelo mar da Arábia e sem muito espaço para crescer, acabou virando a cidade mais densamente povoada do planeta – são mais de 29 mil pessoas por km2 , 4 vezes mais do que São Paulo. Em Buenos Aires, muitos jovens saem da casa dos pais para viver em apartamentos bem pequenos, com 30 ou 40 m2. Para suprir essa demanda, antigos casarões estão dando lugar a edifícios com até 100 apartamentos. Onde antes moravam 5 pessoas, hoje se espremem 500. Mas nada se compara à incrível situação de aperto em Hong Kong, onde a habitação é a mais cara do planeta: o aluguel de um apartamento mobiliado e com 3 quartos custa em média US$ 9 700.
Cidade grande faz mal à saúde?
O zoólogo americano Warder Allee, da Universidade de Chicago, foi um dos primeiros a perceber que os animais têm níveis ideais de agrupamento. Ele observou, em 1931, que alguns crustáceos e peixes se reproduziam bem em certas densidades. Abaixo ou acima disso, tudo virava uma bagunça, ameaçando a sobrevivência da espécie. Ninguém sabe exatamente de quanto espaço um ser humano precisa para viver. Mas, com o crescimento das cidades, foram surgindo cada vez mais pesquisas sobre os efeitos psicológicos das aglomerações urbanas. E elas confirmam o que se temia: as grandes cidades mexem, sim, com a cabeça de todo mundo. Nos anos 50, o psiquiatra americano Thomas Rennie entrevistou moradores de Manhattan e constatou que 25% deles apresentavam algum tipo de neurose. Isso deu origem ao livro Mental Health in Metropolis (“Saúde Mental na Metrópole”), o primeiro de uma longa série de estudos que tentam analisar a relação entre as cidades e os mais variados tipos de doença, de esquizofrenia a hipertensão.
Segundo uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia, o estresse virou epidemia – mais de 50% das pessoas sofrem desse mal, típico das cidades grandes. Que o digam os habitantes de Detroit, eleita a metrópole mais estressante dos EUA num ranking divulgado pela empresa American City Business Journals. “Das 50 maiores cidades, Detroit tem mais desemprego, menos aumentos salariais, mais ataques cardíacos e menos dias de sol.” Que horror.
Mas, se você se sente mal em lugares apinhados de gente, saiba que nas grandes cidades do passado a coisa era bem pior. Os centros antigos, como Alexandria e Constantinopla, eram formigueiros humanos. Os cálculos da população dessas cidades são feitos com base na área construída (inferida por medições arqueológicas) e em um fator de densidade populacional que ronda as 200 pessoas por hectare. Isso equivale a 50 m2 por pessoa, o que dá 20 mil pessoas por km2 – semelhante ao que vemos hoje nas superpopulosas Karachi, no Paquistão, e Lagos, na Nigéria.
“Pode parecer muito, mas presumimos que as cidades históricas tinham alta densidade para reduzir os custos de transporte, na ausência de meios de locomoção baratos”, diz George Modelski, professor de ciência política da Universidade de Washington. No mundo antigo, a campeã do aperto era Roma, onde centenas de milhares de escravos viviam empilhados em construções que podiam chegar a 6 andares. “Roma era populosa porque era a capital de um império e porque oferecia uma porção diária de pão grátis para seus cidadãos”, diz Modelski. Segundo ele, Roma chegou a ter 1 milhão de habitantes no ano 200, quando sua densidade bateu em 66 mil pessoas por km2. Perto disso, até um inferno como Mumbai parece suportável.
O que vai acontecer?
Os principais centros urbanos estão tão gigantes que os especialistas inventaram um novo termo, “megacidades”, para definir os agrupamentos com mais de 10 milhões de habitantes – como São Paulo, Cidade do México, Seul, Xangai, Nova Délhi e Londres. Segundo a ONU, o número de megacidades passou de duas em 1950 (Tóquio e Nova York) para 20 em 2005. Em 2015 serão 22, sendo que 17 delas no mundo em desenvolvimento. Tóquio já foi batizada de metacidade, pois está em um nível mais alto – superou 30 milhões de habitantes.
Mas calma, não precisa arrancar os cabelos. Esses gigantes continuam crescendo, sim, mas avançam a uma velocidade menor que a média mundial (cerca de 2,5% ao ano). Daqui para a frente, a população deve crescer mais nos centros urbanos médios, com menos de 1 milhão de habitantes. Isso já acontece no Brasil em cidades como Bauru, no interior de São Paulo, e a mineira Uberlândia. Elas seguem a tendência que os analistas chamam de “desmetropolização”, ou seja, a diminuição do crescimento das grandes cidades. Em outras palavras: o crescimento econômico está se interiorizando. Isso deve reduzir, ou pelo menos estancar, dois problemas das metrópoles – o excesso de gente e as filas intermináveis. Só que vai demorar. “O ritmo de crescimento global vem desacelerando desde 1965. A população vai continuar aumentando até o final do século, quando deverá se estabilizar. E, a partir daí, quem sabe cair”, diz George Modelski.
Nas últimas décadas, a principal resposta da classe média contra o aperto urbano foram os condomínios fechados (e, nos EUA, os chamados “subúrbios”). Em ambos os casos, a proposta é mais ou menos a mesma: morar em bairros afastados – e planejados – ou vilas fora da cidade, onde há mais espaço para viver e respirar. Só que os congestionamentos cada vez maiores e a alta no preço dos combustíveis fizeram disso um mau negócio. E estão produzindo um movimento contrário, que pode inchar ainda mais as cidades. Nos EUA, a nova moda é abandonar os subúrbios e voltar para os centros urbanos. E isso, por incrível que pareça, pode ser bom para o ambiente. Algumas das idéas mais inovadoras no estudo das metrópoles mostram que elas podem fazer bem ao planeta.
Los Angeles sempre foi considerada uma catástrofe ecológica, pois lá mais de 80% das pessoas vão trabalhar de carro – e o trânsito é um inferno. Mas, segundo um estudo recém-divulgado, Los Angeles tem a menor poluicão per capita entre as principais cidades americanas. Isso porque, apesar de rodarem muito, os los angelinos gastam menos energia que os habitantes dos subúrbios e seus elegantes jardins – um inocente cortador de grama polui tanto quanto 11 automóveis. “A concentração de pessoas e empresas em áreas urbanas reduz os gastos com água, esgoto, eletricidade, coleta de lixo, transporte, assistência médica e escolas”, diz em um relatório a agência Habitat, da ONU. Além de melhorar condições de vida, permitindo que mais gente tenha acesso a saneamento básico e outras coisas fundamentais, o aperto urbano também pode ajudar a reduzir o aquecimento global. É simples. Quanto mais espalhadas estão as pessoas, mais combustível é preciso queimar para levar a elas os bens e serviços de que precisam. O ambiente mais ecológico talvez não seja uma casinha no campo, e sim uma cidade com sistema de transporte eficiente. Mas como chegar a ele?
Para os especialistas, o mais importante é reduzir o número de carros. Isso diminuiria, de uma só tacada, os problemas da poluição, do trânsito e do barulho. “Os projetistas urbanos tendem a pensar no tráfego como se fosse um líquido, e ficam loucos para abrir caminhos para ele”, diz Jeffrey Kenworthy, professor de sustentabilidade da Universidade de Murdoch, na Austrália. “Mas, quando constroem avenidas, estimulam o uso do automóvel e aumentam a dependência dele, criando um círculo vicioso.”
Ao longo de quase toda a história das cidades, desde sua criação há 5 mil anos até meados do século 19, elas foram desenhadas levando em conta deslocamentos a pé. A densidade era alta, as ruas estreitas e as pessoas chegavam aonde queriam em no máximo meia hora, pois as cidades raramente ultrapassavam 5 quilômetros de diâmetro. “A partir de 1860, esse modelo entrou em colapso com a pressão demográfica e industrial. Surgiram trens e bondes elétricos capazes de andar a 60 km/h”, diz Kenworthy. Com a popularização do carro, na metade do século 20, o cenário mudou de vez: não era mais necessário morar perto do trabalho. E chegamos ao caos.
Contra ele, ninguém duvida de que o transporte coletivo é a melhor saída. Basta fazer as contas. Um carro popular, que leva de 1 a 5 pessoas, ocupa aproximadamente 6 m2 de espaço na rua. Então cada indivíduo requer, pelo menos, 1,2 m2 de área no trânsito. Já um ônibus, que comporta 50 passageiros sem aperto, ocupa 26,5 m2 – o que dá aproximadamente 0,5 m2 por pessoa transportada. É muito mais eficiente.
Só que, quando o transporte coletivo é ruim, as pessoas fogem dele. É por isso que, no Brasil, a venda de carros está crescendo mais rápido na chamada classe C – são famílias que ganham entre R$ 1 000 e R$ 2 000 por mês e toda a vida andaram de condução. Como sofriam com um transporte coletivo ruim, as pessoas migraram para o carro, piorando o caos urbano, assim que tiveram oportunidade de fazer isso. Tudo porque o governo não investiu o suficiente em ônibus e metrô.
“O crescimento explosivo nem sempre cria problemas. Na maioria das vezes, eles são fruto de políticos incompetentes. E isso pode acontecer em cidades grandes ou pequenas”, diz a jornalista Erla Zwingle, que foi a 4 continentes para estudar as megacidades. Verdade: a pobreza em Paris e Londres, no século 19, e a violência de Nova York, nos anos 50, mostram que essas cidades já tiveram problemas semelhantes aos que hoje são enfrentados pelas metrópoles do terceiro mundo. Então há esperança. Na próxima vez que você se sentir num pesadelo urbano e ficar com vontade de largar tudo para ir morar no campo, respire fundo e pense: pode não parecer, mas a sua cidade ainda tem salvação.

Formigueiros humanos

As cidades com mais habitantes...
15 milhões - Nova Délhi (Índia)
18,2 milhões - Mumbai (Índia)
18,3 milhões - São Paulo (Brasil)
18,7 milhões - Nova York (EUA)
19,4 milhões - Cid. do México (México)
36 milhões - Tóquio (Japão)
...E as mais apertadas
16 700 pessoas por km² - Seul (Coréia do Sul)
17 150 pessoas por km² - Shenzen (China)
18 150 pessoas por km² - Lagos (Nigéria)
18 900 pessoas por km² - Karachi (Paquistão)
23 900 pessoas por km² - Calcutá (Índia)
29 650 pessoas por km² - Mumbai (Índia)



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