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Sou graduada em Geografia e pós graduada em Psicopedagogia, atuo como professora em escolas públicas de Jaraguá do Sul. Meu principal objetivo é usar esse espaço com meus alunos indicando materiais úteis a aprendizagem e dividir minhas descobertas e curiosidades com quem se identificar com os diversos temas que irei abordar.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dia da consciência negra





20 de novembro
  
A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar como o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afrobrasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: história da África e dos africanos; luta dos negros no Brasil; cultura negra brasileira; e o negro na formação da sociedade nacional.
A escolha dessa data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, morto em 20 de novembro de 1695. Zumbi foi um dos líderes do Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, na divisa entre Alagoas e Pernambuco.
Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro expressa o objetivo resgatar a contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, no ano de 2010 o Brasil contava com uma população de 191 milhões de habitantes, dos quais 15 milhões se classificaram como pretos (7,6% do total) e 82 milhões como pardos (43,1% do total).
As maiores proporções de pardos estão nas regiões Norte e Nordeste do país, enquanto os pretos estão mais presentes proporcionalmente nos estados nordestinos, com destaque para a Bahia, onde há 17,1% de pessoas que se declaram de cor ou raça preta, o que corresponde a cerca de 2,4 milhões de pessoas. Na Região Sudeste, destaca-se o Rio de Janeiro com 12,4% de pretos, aproximadamente 2 milhões de pessoas.


História do Dia Nacional da Consciência Negra

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

Importância da Data

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira. 
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. 
Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
Você sabia?
- 27 de outubro é o Dia Nacional de Mobilização em Prol da Saúde da População Negra.




Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.


Diante da história do Brasil que foi apresentada ao longo desses quase 512 anos de existência, um episódio marcante é contado com relação à luta pela liberdade do negro, em um país onde o trabalho escravo foi durante muito tempo explorado e os próprios escravos humilhados a severas punições se descumprissem o mandado, é possível encontrar as personalidades negras brasileiras que a duras penas conseguiram dar a volta por cima.
Com isso, não só esse país como o mundo todo teve uma dificuldade grandiosa em aceitar que a condição de todas as pessoas era a mesma, independente de raça, credo ou religião. A história do negro foi prejudicada e os livros esqueceram-se de destacar grandes pessoas que lutaram pela igualdade racial e lutam até hoje.
Essas pessoas têm papel fundamental no espaço que o negro conquistou, tanto nas artes, no esporte, na política tendo ou não um cargo público. Hoje o preconceito é existente, e essa afirmação é inegável, porém com a força de vontade dessas personalidades negras, que estiveram em lugares piores antes de chegarem onde estão e exerceram papel fundamental na construção da imagem do negro pode-se chegar longe.
Hoje é possível afirmar que as coisas mudaram e se a luta persistir irá continuar a mudar. Diante desse fato, vamos apresentar os destaques que contribuíram para o avanço do povo negro no Brasil.

Militância Política e Humanitária
Adbias do Nascimento – Intelectualidade Negra
Nascido no interior de São Paulo, porém foi na capital que Abdias do Nascimento passou a participar da Frente Negra Brasileira, que lutava contra a segregação racial. Ele foi dramaturgo poeta e também teve sua participação no alto escalão do governo, sendo deputado federal, senador e secretário do Estado.
Abdias deixou um legado pela sua trajetória, ele foi um ativista importante e conquistou alguns direitos de extrema importância para os afrodescendentes brasileiros, a exemplo da criminalização do racismo, causa que lutou durante a vida toda para que a lei fosse cumprida.
Outros
Chica da Silva, Carlos Alberto de Oliveira (Deputado que promulgou a lei de 89, contra o racismo)e Ubirajara Fidalgo  (Ator que  levava a militância ao palcos dos teatros).

Esportes
Edson Arantes do Nascimento – Pelé, o Rei da Bola
Não tem como falar de futebol sem citar Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Ele marcou a história mundial do esporte, além de dar destaque ao Brasil por causa de seu talento em marcar gols e realizar lindos dribles.
O Rei da Bola conquistou muitos títulos pelo seu time do coração, o Santos. Foi convocado pela Seleção Brasileira e trouxe junto com seus companheiros de equipe, três taças de campeão mundial.
Outros
Manoel dos Santos – Mané Garrincha, Valdir Pereira – Didi, Ademir da Guia, Ronaldo Gaúcho, Ronaldinho – o Fenômeno e Romário.

Artes
Lázaro Ramos – Talento artístico
Exímio ator, Lázaro Ramos vem se destacando na TV e no cinema brasileiro com o passar dos anos. Conquistou inúmeros papéis importantes e atualmente está em um dos maiores canais da televisão aberta, a Globo.
Para muitos isso pode parecer pouco, mas não é. Lázaro já fez até papel como ator principal de novela, o que nos tempos mais primórdios esteve fora de cogitação, os negros na maioria das vezes interpretavam empregados, serviçais, nunca gente que pertencia às classes sociais mais elevadas.
Hoje a mudança é incrível graças a alguns artistas que se utilizaram do próprio trabalho para conquistar o espaço não só para si, mas para a população negra, que há muita luta pela conquista da igualdade.

Outros

Milton Gonçalves, Chica Xavier, Aleijadinho, Wilson Simonal, Alcione, Tim Maia


HERÓIS DA NOSSA HISTÓRIA

Conheça a história de alguns heróis e heroínas negras no Brasil
O silêncio existente sobre a participação do negro na história do Brasil retrata um dos aspectos perversos do racismo na sociedade brasileira. No ensino de história é negado o protagonismo negro e aprendemos erroneamente que as grandes lideranças, os grandes feitos das personalidades do país, foram protagonizados somente pelos brancos.

Como os negros estiveram em situação desigual em relação aos brancos, poucas histórias a seu respeito foram registradas. Sem contar, nos poucos casos registrados, omitiram a origem etnicorracioal ou, simplesmente mudaram a cor dos mesmos, a tal ponto, de pessoas, mesmo lendo e estudando sobre determinadas personalidades negras brasileiras de séculos passados, as imaginarem como brancas.

Isso porque a imagem de alguns foram veiculadas como brancos, como o caso, de Machado de Assis e Aleijadinho.

Conheçam agora algumas personalidades negras que se destacaram, influenciando na história brasileira, mesmo vivendo em situações de extrema adversidade.



Francisco José do Nascimento


O Dragão do Mar. Francisco José do Nascimento recebeu esse apelido em decorrência de sua luta contra a embarcação de escravizados, realizada pelos escravocratas do Ceará que estavam vendendo os cativos para os fazendeiros da região Sudeste. Com isso, pretendiam atenuar os prejuízos devido a uma grande estiagem e à epidemia do cólera que ocorria no período de 1877 e 1879.

Francisco era presidente da Sociedade Cearense Libertadora. que se opunha ao escravismo no Ceará. Conhecedor do mar, pois era filho de pescador e, ainda garoto, prestava serviço ao navio Tubarão, fazendo entregas de recados, tornou-se mais tarde, prático-mor da barra do Porto de Fortaleza. Diante da situação que se instalou, organizou os jangadeiros, bloqueando o porto.


Uma das importantes ações que exemplificam a luta abolicionista no Ceará, que fizeram com o estado fosse o primeiro a abolir a escravidão, no ano de 1884. Francisco nasceu em 1839, vindo a falecer em 1914.



Dandara

Dandara foi uma grande guerreira na luta pela liberdade do povo negro. Ainda no século XVII, participou das lutas palmarinas, conquistando um espaço de liderança. De forma intransigente, entendia que a liberdade era inegociável. enfrentando todas as batalhas que sucederam em Palmares. Era a companheira de Zumbi dos Palmares. Opôs-se, juntamente com ele, a proposta da Coroa Portuguesa em condicionar e limitar reivindicações dos palmarinos em troca de liberdade controlada.



Dandara morreu em 1694 na frente de batalha, para defender o Quilombo dos Macacos, mocambo pertencente ao Quilombo dos Palmares.



Luíza Mahin

Luíza Mahin, foi uma protagonista importante na Revolta dos Malês. Conforme alguns estudiosos, se essa revolta vingasse, Luísa seria a rainha da Bahia. Construindo um reinado em terras brasileiras, já que fora princesa na África, na tribo Mahi, integrante da nação nagô. Foi alforriada em 1812.


Ela também participou da Sabinada entre 1837-1838. Perseguida, acabou fugindo para o Rio de Janeiro. Não se sabe ao certo, mas imagina-se que essa importante mulher tenha sido extraditada juntamente com seus companheiros muçulmanos africanos que encabeçaram a Revolta dos Malês.



Carolina Maria de Jesus

Nasceu em Sacramento, no interior de Minas Gerais, no ano de 1914.



Sendo de uma família extremamente pobre, trabalhou desde muito cedo para auxiliar no sustento da casa. Com isso, acabou não frequentando a escola, além de dois anos. Mudou-se para São Paulo, indo morar na favela, para sustentar a si e seus filhos, tornou-se catadora de papel. Guardava alguns desses papéis, para registrar seu cotidiano na favela, denunciando a realidade excludente em que viviam os negros. Em 1960, foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que conheceu seus escritos. Assim, ela escreveu o livro Quarto de Desejos, que vendeu mais de 100 mil exemplares.


Tornou-se uma escritora reconhecida, particularmente fora do país, sendo incluída na antologia de escritoras negras, publicada em 1980 pela Randon House, em Nova York.



André Rebouças

Rebouças, além de ter sido um dos mais importantes militantes do movimento abolicionista no Brasil, foi uma das maiores autoridades no país em engenharia hidráulica e ferroviária. Nasceu em 1838, filho de Antonio Rebouças, advogado, parlamentar e conselheiro do Império. Estudou nas melhores escolas do Rio de Janeiro, completando seus estudos na Europa, onde se especializou em fundações e obras portuárias. Participou na Guerra do Paraguai (1865-1870), como engenheiro.



Foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão. André Rebouças, também era geólogo, matemático, biólogo, astrônomo, higienista e filantropo. Morreu em 1898.



Cruz e Souza

João Cruz e Souza foi um grande personagem na luta abolicionista no país. Filho de pais forros, nasceu no dia 24 de novembro de 1861 em Florianópolis, era poeta e jornalista.


Defensor da abolição, utilizou seu talento como orador e poeta para denunciar o escravismo e a hipocrisia brasileira frente a escravidão. Suas obras consagradas, o tornaram um dos maiores expoentes do simbolismo brasileiro. Dentre seus escritos, destacam-se os livros Missal e Broquéis. Chegou a ser funcionário nomeado da Central de Ferro do Brasil. Morreu em 1898 de tuberculose.



Aqualtune

Aqualtune era uma princesa do Reino do Congo, foi trazida escravizada para o Brasil, logo que foi derrotada em guerra no interior do reinado. Quando desembarcada no Brasil em Recife, foi vendida e levada para o sul de Pernambuco. Não demorou a integrar os movimentos de fugas que explodiam no regime escravista, tornando-se uma liderança importante para os quilombos de Palmares.


Segundo o que aponta alguns estudos, Aqualtune era avó de Zumbi dos Palmares. Morreu queimada, quando já era idosa.



Mãe Menininha do Gantois

Mãe Menininha do Gantois nasceu em 10 de janeiro de 1864. Era neta de escravizados da tribo Kekeré, da Nigéria. Foi iniciada no candomblé, ainda criança, no terreiro fundado pela sua bisavó. Aos 28 anos de idade, como filha de Oxum, assumiu o cargo de maior hierarquia na religião. Conseguiu estabelecer interlocuções como várias personalidades, buscando o respeito da sociedade para a religião, muito perseguida pelo poder político.


Devido aos seus poderes espirituais e sua capacidade de agregar as pessoas, conquistou o respeito até mesmo de outras religiões. Tornou-se a mais respeitável mãe de santo da Bahia, onde até hoje funciona o terreiro do Gantois, fundado em 1849, por sua bisavó. Sempre divulgava o candomblé, explicando sobre a importância do mesmo. Sua vida religiosa foi marcada pela fé e bondade. De grande carisma, Mãe Menininha do Gantois tinha respeito de personalidades importantes, dentre as quais, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Faleceu aos 92 anos, em 1986 na cidade de Salvador.

Tereza de Benguela

Tereza de Benguela foi uma liderança quilombola que viveu no século XVIII. Mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso. Quando seu marido morreu, Tereza assumiu o comando daquela comunidade quilombola, revelando-se uma líder ainda mais implacável e obstinada. Valente e guerreira ela comandou o Quilombo do Quariterê, este cresceu tanto sob seu comando que chegou a agregar índios bolivianos e brasileiros. Isso incomodou muito as autoridades das Coroas, espanhola e portuguesa. A Coroa Portuguesa, junto à elite local agiu rápido e enviou uma bandeira de alto poder de fogo para eliminar os quilombolas. Tereza de Benguela foi presa. Não se submetendo a situação de escravizada, suicidou-se.


Em diversas situações, a história dos heróis negros e heroínas negras estão imbricadas à luta geral da população negra em contraposição ao escravismo e/ou outras várias formas de racismo presentes na sociedade brasileira. Mas é importante salientar que muitas dessas personagens continuam anônimas na história brasileira.



fonte: SANTOS, Ângela Maria dos & SILVA, João Bosco da(orgs.). História e Cultura Negra: Quilombos em Mato Grosso. Cuiabá: Gráfica Print Indústria e Editora ltda/SEDUC, 2009. pp. 32-4.




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