20 de novembro
A
Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no
calendário escolar como o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também
tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afrobrasileira. Com isso,
professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas:
história da África e dos africanos; luta dos negros no Brasil; cultura negra
brasileira; e o negro na formação da sociedade nacional.
A
escolha dessa data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, morto em 20 de
novembro de 1695. Zumbi foi um dos líderes do Quilombo dos Palmares, localizado
na Serra da Barriga, na divisa entre Alagoas e Pernambuco.
Com
a implementação dessa lei, o governo brasileiro expressa o objetivo resgatar a
contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo
da história do país.
De
acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, no ano de 2010 o
Brasil contava com uma população de 191 milhões de habitantes, dos quais 15
milhões se classificaram como pretos (7,6% do total) e 82 milhões como pardos
(43,1% do total).
As
maiores proporções de pardos estão nas regiões Norte e Nordeste do país,
enquanto os pretos estão mais presentes proporcionalmente nos estados
nordestinos, com destaque para a Bahia, onde há 17,1% de pessoas que se
declaram de cor ou raça preta, o que corresponde a cerca de 2,4 milhões de
pessoas. Na Região Sudeste, destaca-se o Rio de Janeiro com 12,4% de pretos,
aproximadamente 2 milhões de pessoas.
História do Dia Nacional da
Consciência Negra
Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do
que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a
escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo
seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao
sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana
aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do
seu povo.
Importância da Data
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
A abolição da escravatura, de
forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram
contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.
Vale dizer também que sempre
ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história
do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes.
Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram
sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder
negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens
históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa
história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas
escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que
visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
Você sabia?
- 27 de outubro é o Dia Nacional
de Mobilização em Prol da Saúde da População Negra.
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos
Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos
indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um
dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue
ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o
futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e
Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre
Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de
Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o
Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi"
significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a
escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses,
em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da
Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá
viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares
constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres,
índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua
banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e
comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam
escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um
período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior
em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas,
Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e
imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um
extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as
peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho,
mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII,
calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da
Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante
paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a
tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era
mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma
legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a
empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares.
Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695,
vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas
foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife
onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo
tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no
século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que
pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da
Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à
reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi
escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003,
incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o
Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o
ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os
temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura
negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o
resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e
política ao longo da história do país.
Diante da história do Brasil que
foi apresentada ao longo desses quase 512 anos de existência, um episódio
marcante é contado com relação à luta pela liberdade do negro, em um país onde
o trabalho escravo foi durante muito tempo explorado e os próprios escravos
humilhados a severas punições se descumprissem o mandado, é possível encontrar
as personalidades negras brasileiras que a duras penas
conseguiram dar a volta por cima.
Com isso, não só esse país como o
mundo todo teve uma dificuldade grandiosa em aceitar que a condição de todas as
pessoas era a mesma, independente de raça, credo ou religião. A história
do negro foi prejudicada
e os livros esqueceram-se de destacar grandes pessoas que lutaram pela
igualdade racial e lutam até hoje.
Essas pessoas têm papel fundamental no espaço que o
negro conquistou, tanto nas artes, no esporte, na política tendo ou não um
cargo público. Hoje o preconceito é existente, e essa afirmação é inegável,
porém com a força de vontade dessas personalidades negras, que estiveram em
lugares piores antes de chegarem onde estão e exerceram papel fundamental na
construção da imagem do negro pode-se chegar longe.
Hoje é possível afirmar que as
coisas mudaram e se a luta persistir irá continuar a mudar. Diante desse fato,
vamos apresentar os destaques que contribuíram para o avanço do povo negro no
Brasil.
Militância Política e Humanitária
Adbias do Nascimento –
Intelectualidade Negra
Nascido no interior de São Paulo, porém foi na
capital que Abdias do Nascimento passou a participar da Frente Negra
Brasileira, que lutava contra a segregação racial. Ele foi dramaturgo poeta e
também teve sua participação no alto escalão do governo, sendo deputado
federal, senador e secretário do Estado.
Abdias deixou um legado pela sua
trajetória, ele foi um ativista importante e conquistou alguns direitos de
extrema importância para os afrodescendentes brasileiros, a exemplo da
criminalização do racismo,
causa que lutou durante a vida toda para que a lei fosse cumprida.
Outros
Chica da Silva, Carlos
Alberto de Oliveira (Deputado que promulgou a lei de 89, contra o racismo)e Ubirajara
Fidalgo (Ator que levava a militância ao palcos dos teatros).
Esportes
Edson Arantes do Nascimento –
Pelé, o Rei da Bola
Não tem como falar de futebol sem citar Edson
Arantes do Nascimento, o Pelé. Ele marcou a história mundial do esporte, além
de dar destaque ao Brasil por causa de seu talento em marcar gols e realizar
lindos dribles.
O Rei da Bola conquistou muitos títulos pelo seu
time do coração, o Santos. Foi convocado pela Seleção Brasileira e trouxe junto
com seus companheiros de equipe, três taças de campeão mundial.
Outros
Manoel dos Santos – Mané
Garrincha, Valdir Pereira – Didi, Ademir da Guia, Ronaldo
Gaúcho, Ronaldinho – o Fenômeno e Romário.
Artes
Lázaro Ramos – Talento artístico
Exímio ator, Lázaro Ramos vem se destacando na TV e
no cinema brasileiro com o passar dos anos. Conquistou inúmeros papéis
importantes e atualmente está em um dos maiores canais da televisão aberta, a
Globo.
Para muitos isso pode parecer
pouco, mas não é. Lázaro já fez até papel como ator principal de novela, o que
nos tempos mais primórdios esteve fora de cogitação, os negros na maioria das
vezes interpretavam empregados, serviçais, nunca gente que pertencia às classes
sociais mais elevadas.
Hoje a mudança é incrível graças a alguns artistas
que se utilizaram do próprio trabalho para conquistar o espaço não só para si,
mas para a população negra, que há muita luta pela conquista da igualdade.
Outros
Milton Gonçalves, Chica
Xavier, Aleijadinho, Wilson Simonal, Alcione, Tim Maia
HERÓIS DA NOSSA HISTÓRIA
Conheça a história de alguns
heróis e heroínas negras no Brasil
O silêncio existente sobre a
participação do negro na história do Brasil retrata um dos aspectos perversos
do racismo na sociedade brasileira. No ensino de história é negado o
protagonismo negro e aprendemos erroneamente que as grandes lideranças, os grandes
feitos das personalidades do país, foram protagonizados somente pelos brancos.
Como os negros estiveram em
situação desigual em relação aos brancos, poucas histórias a seu respeito foram
registradas. Sem contar, nos poucos casos registrados, omitiram a origem
etnicorracioal ou, simplesmente mudaram a cor dos mesmos, a tal ponto, de
pessoas, mesmo lendo e estudando sobre determinadas personalidades negras
brasileiras de séculos passados, as imaginarem como brancas.
Isso porque a imagem de alguns
foram veiculadas como brancos, como o caso, de Machado de Assis e Aleijadinho.
Conheçam agora algumas
personalidades negras que se destacaram, influenciando na história brasileira,
mesmo vivendo em situações de extrema adversidade.
Francisco José do Nascimento
O Dragão do Mar. Francisco José
do Nascimento recebeu esse apelido em decorrência de sua luta contra a
embarcação de escravizados, realizada pelos escravocratas do Ceará que estavam
vendendo os cativos para os fazendeiros da região Sudeste. Com isso, pretendiam
atenuar os prejuízos devido a uma grande estiagem e à epidemia do cólera que
ocorria no período de 1877 e 1879.
Francisco era presidente da
Sociedade Cearense Libertadora. que se opunha ao escravismo no Ceará.
Conhecedor do mar, pois era filho de pescador e, ainda garoto, prestava serviço
ao navio Tubarão, fazendo entregas de recados, tornou-se mais tarde,
prático-mor da barra do Porto de Fortaleza. Diante da situação que se instalou,
organizou os jangadeiros, bloqueando o porto.
Uma das importantes ações que
exemplificam a luta abolicionista no Ceará, que fizeram com o estado fosse o
primeiro a abolir a escravidão, no ano de 1884. Francisco nasceu em 1839, vindo
a falecer em 1914.
Dandara
Dandara foi uma grande guerreira
na luta pela liberdade do povo negro. Ainda no século XVII, participou das
lutas palmarinas, conquistando um espaço de liderança. De forma intransigente,
entendia que a liberdade era inegociável. enfrentando todas as batalhas que
sucederam em Palmares. Era a companheira de Zumbi dos Palmares. Opôs-se,
juntamente com ele, a proposta da Coroa Portuguesa em condicionar e limitar
reivindicações dos palmarinos em troca de liberdade controlada.
Dandara morreu em 1694 na frente
de batalha, para defender o Quilombo dos Macacos, mocambo pertencente ao
Quilombo dos Palmares.
Luíza Mahin
Luíza Mahin, foi uma protagonista
importante na Revolta dos Malês. Conforme alguns estudiosos, se essa revolta
vingasse, Luísa seria a rainha da Bahia. Construindo um reinado em terras
brasileiras, já que fora princesa na África, na tribo Mahi, integrante da nação
nagô. Foi alforriada em 1812.
Ela também participou da Sabinada
entre 1837-1838. Perseguida, acabou fugindo para o Rio de Janeiro. Não se sabe
ao certo, mas imagina-se que essa importante mulher tenha sido extraditada
juntamente com seus companheiros muçulmanos africanos que encabeçaram a Revolta
dos Malês.
Carolina Maria de Jesus
Nasceu em Sacramento, no interior
de Minas Gerais, no ano de 1914.
Sendo de uma família extremamente
pobre, trabalhou desde muito cedo para auxiliar no sustento da casa. Com isso,
acabou não frequentando a escola, além de dois anos. Mudou-se para São Paulo,
indo morar na favela, para sustentar a si e seus filhos, tornou-se catadora de
papel. Guardava alguns desses papéis, para registrar seu cotidiano na favela,
denunciando a realidade excludente em que viviam os negros. Em 1960, foi
descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que conheceu seus escritos. Assim,
ela escreveu o livro Quarto de Desejos, que vendeu mais de 100 mil exemplares.
Tornou-se uma escritora
reconhecida, particularmente fora do país, sendo incluída na antologia de
escritoras negras, publicada em 1980 pela Randon House, em Nova York.
André Rebouças
Rebouças, além de ter sido um dos
mais importantes militantes do movimento abolicionista no Brasil, foi uma das
maiores autoridades no país em engenharia hidráulica e ferroviária. Nasceu em
1838, filho de Antonio Rebouças, advogado, parlamentar e conselheiro do
Império. Estudou nas melhores escolas do Rio de Janeiro, completando seus
estudos na Europa, onde se especializou em fundações e obras portuárias.
Participou na Guerra do Paraguai (1865-1870), como engenheiro.
Foi um dos fundadores da
Sociedade Brasileira contra a Escravidão. André Rebouças, também era geólogo,
matemático, biólogo, astrônomo, higienista e filantropo. Morreu em 1898.
Cruz e Souza
João Cruz e Souza foi um grande
personagem na luta abolicionista no país. Filho de pais forros, nasceu no dia
24 de novembro de 1861 em Florianópolis, era poeta e jornalista.
Defensor da abolição, utilizou
seu talento como orador e poeta para denunciar o escravismo e a hipocrisia
brasileira frente a escravidão. Suas obras consagradas, o tornaram um dos
maiores expoentes do simbolismo brasileiro. Dentre seus escritos, destacam-se
os livros Missal e Broquéis. Chegou a ser funcionário nomeado da Central de
Ferro do Brasil. Morreu em 1898 de tuberculose.
Aqualtune
Aqualtune era uma princesa do
Reino do Congo, foi trazida escravizada para o Brasil, logo que foi derrotada
em guerra no interior do reinado. Quando desembarcada no Brasil em Recife, foi
vendida e levada para o sul de Pernambuco. Não demorou a integrar os movimentos
de fugas que explodiam no regime escravista, tornando-se uma liderança
importante para os quilombos de Palmares.
Segundo o que aponta alguns
estudos, Aqualtune era avó de Zumbi dos Palmares. Morreu queimada, quando já
era idosa.
Mãe Menininha do Gantois
Mãe Menininha do Gantois nasceu
em 10 de janeiro de 1864. Era neta de escravizados da tribo Kekeré, da Nigéria.
Foi iniciada no candomblé, ainda criança, no terreiro fundado pela sua bisavó.
Aos 28 anos de idade, como filha de Oxum, assumiu o cargo de maior hierarquia
na religião. Conseguiu estabelecer interlocuções como várias personalidades,
buscando o respeito da sociedade para a religião, muito perseguida pelo poder
político.
Devido aos seus poderes
espirituais e sua capacidade de agregar as pessoas, conquistou o respeito até
mesmo de outras religiões. Tornou-se a mais respeitável mãe de santo da Bahia,
onde até hoje funciona o terreiro do Gantois, fundado em 1849, por sua bisavó.
Sempre divulgava o candomblé, explicando sobre a importância do mesmo. Sua vida
religiosa foi marcada pela fé e bondade. De grande carisma, Mãe Menininha do
Gantois tinha respeito de personalidades importantes, dentre as quais, Dorival
Caymmi, Caetano Veloso, Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Faleceu aos 92 anos, em 1986 na
cidade de Salvador.
Tereza de Benguela
Tereza de Benguela foi uma
liderança quilombola que viveu no século XVIII. Mulher de José Piolho, que
chefiava o Quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima
Trindade, Mato Grosso. Quando seu marido morreu, Tereza assumiu o comando
daquela comunidade quilombola, revelando-se uma líder ainda mais implacável e
obstinada. Valente e guerreira ela comandou o Quilombo do Quariterê, este
cresceu tanto sob seu comando que chegou a agregar índios bolivianos e
brasileiros. Isso incomodou muito as autoridades das Coroas, espanhola e
portuguesa. A Coroa Portuguesa, junto à elite local agiu rápido e enviou uma
bandeira de alto poder de fogo para eliminar os quilombolas. Tereza de Benguela
foi presa. Não se submetendo a situação de escravizada, suicidou-se.
Em diversas situações, a história
dos heróis negros e heroínas negras estão imbricadas à luta geral da população
negra em contraposição ao escravismo e/ou outras várias formas de racismo
presentes na sociedade brasileira. Mas é importante salientar que muitas dessas
personagens continuam anônimas na história brasileira.
fonte: SANTOS, Ângela Maria dos
& SILVA, João Bosco da(orgs.). História e Cultura Negra: Quilombos
em Mato Grosso. Cuiabá: Gráfica Print Indústria e Editora ltda/SEDUC, 2009.
pp. 32-4.
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